Quando foi a última vez que respiraste ar puro, aquele ar que quase te perfura de tão cristalino que é?
Quando foi a última vez que cheiraste a terra molhada, que reparaste no crescimento de uma árvore ou que paraste para observar o mar, tudo isto sem o telemóvel na mão, sem o registares? Antigamente, quando os computadores e a rede surgiram, ficávamos entretidos durante uma hora ou duas para fugir à vida real. Era o recomendado, dentro do saudável. Lembro-me de ler as instruções da Playstation, também, onde era explícito que demasiadas horas em frente ao ecrã podiam ser perigosas. Eu, criança, ficava consciente do perigo - sabia que não o podia fazer em excesso. Agora, temos de sair à rua para fugir à vida virtual. É complicado não estarmos conectados. O pior é que quanto mais estamos conectados a um mundo, menos estamos a outro. Quero conectar-me ao real. Não respirar apenas o ar puro: senti-lo. Quero ler mais e mais, dar a mão às artes, que são a estrada do divino - porque as artes não julgam, não possuem formas, cores, conceitos. Elas existem apenas, e ligam-nos ao universo de uma forma desenvolvida. Abrem-nos a mente para todo o pequeno detalhe. A sensibilidade. A razão. Quanto mais conscientes somos, mais conectados podemos estar. Quero conectar-me, partilhar, gostar. Tudo ao vivo e a cores.
Fotografias: Joana César
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