Quando era mais nova, no meu imaginário, sabia que um dia iria criar uma máquina do tempo. Já que é possível inventar de tudo, nunca me pareceu descabido mexer com o espaço e com o tempo. Seria apenas mais uma engenhoca, no meio de tantas. Isso, ou esperar que um senhor com o cabelo cinzento e despenteado o fizesse, e, pela altura em que fosse mais velha, já estaria pronta para a usar. Essa altura seria, portanto, agora. Mas não aconteceu. Ninguém criou essa tal máquina, nem mesmo quando mais precisamos delas.
A vida tem-me ensinado que há muita coisa que não consigo mudar, por maior que seja a minha vontade, por maior que seja a necessidade. Fechar os olhos com tanta, tanta, força, que as pestanas chegam a doer - só para os abrir e a realidade ser diferente.
Dei por mim a olhar para fotografias e a sentir exatamente o que senti no momento em que foram tiradas. Sem querer, descobri ali a minha máquina do tempo - com a excepção de que não foi necessário sair do sítio, nem realmente desafiar leis científicas. Sentada no sofá, olhei para a foto e imaginei-me naquele dia, vivi-o de novo. Dou por mim a fazê-lo vezes sem conta. A ser a heroína que imaginei e precisei, apenas com uma receita tão simples. O saudosismo por vezes é a nossa salvação.
fotografias: Developed Grain
O poder da fotografia é mesmo fascinante. E o incrível é que eu própria senti que viajei no tempo. Do nada estou em 2012, sentada no mesmo canto do meu quarto e a ler mais um post inspirador teu. ♥
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